A LÓGICA DO “DES-ENVOLVIMENTO” COMO A LINGUAGEM MAIS CONTEMPORÂNEA DO DISCURSO MODERNO DO PROGRESSO:
ROMPER COM AS COLONIALIDADES PARA QUE IMAGINÁRIOS ALTERNATIVOS AO “DES-ENVOLVIMENTO” SEJAM POSSÍVEIS
Palavras-chave:
Desenvolvimento. Progresso. Colonialidades. Aberturas epistemológicas. Diálogo.Resumo
No presente artigo proponho uma reflexão sobre a noção de “Desenvolvimento” que se estabelece como um imperativo global que se institucionaliza a partir da metade do século XX, e é considerado como um direito humano a partir de 1986. Tendo como ponto de partida uma análise da Modernidade a partir da abordagem decolonial, evidenciam-se estruturas que surgem a partir de um padrão de racionalidade binário e excludente da diversidade epistemológica, ontológica, de organização política, econômica e da relação do ser humano com a natureza. Dessa maneira, a noção de Desenvolvimento aparece como a realização do conceito de progresso que nos é imposto desde o início da Modernidade. Assim, busco confrontar a noção de direito ao desenvolvimento, que abrange as esferas econômica, social, cultural e política (ONU, 1986) com as noções de colonialidade do poder, do saber, do ser e da natureza. Deste confronto resulta a necessária ampliação do leque epistemológico para se pensar alternativas à ideia preponderante de desenvolvimento, que tenha em seus horizontes uma abertura à diversidade de povos e experiências pelo mundo em contrapartida à tendência homogeneizadora, violenta e predatória que imperou até o momento. Nesse sentido, sugere-se um diálogo com formas alternativas de relação com a natureza e com as noções de progresso e desenvolvimento que (re)existem durante toda a Modernidade, mas que foram massacradas ou ocultadas.